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segunda-feira, 18 de março de 2013

Prefeito de Curitiba tem salário de R$ 26 mil, o maior entre as capitais


O salário do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), é o mais alto entre os mandatários das capitais brasileiras. Fruet recebe o equivalente a R$ 26.723,13 --o mesmo valor do salário recebido pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e pela presidente da República, Dilma Rousseff.
Esse valor respeita o limite salarial determinado pela Constituição Federal que diz que ocupantes de cargos públicos da União, Estados, municípios e detentores de mandato eletivo, incluindo a presidência, não podem receber um salário mais elevado do que o recebido pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que, até o fim do ano passado, era exatamente deste valor.
Mas a partir de 1º de janeiro de 2013, o subsídio dos ministros subiu para R$ 28.059,29, após reajuste de 5% sancionado pela presidente, que não incorporou o novo valor ao próprio salário.

Parte de maior salário é para igreja

Segundo a Prefeitura de Curitiba, Fruet não usufrui de toda a quantia recebida mensalmente, pois 30% desse valor é doado a uma instituição ligada à Igreja Católica, cujo nome não é revelado. Ainda segundo a prefeitura da capital paranaense, a quantia foi estabelecida pela gestão anterior e, por isso, Fruet, que foi empossado em janeiro de 2013, simplesmente a herdara, sem a intenção de aumentá-la, tampouco reduzi-la.
Questionada sobre o motivo do salário de Fruet ser mais elevado do que o dos prefeitos das maiores cidades do país --São Paulo e Rio de Janeiro--, nenhum representante da Prefeitura de Curitiba quis dar entrevistas.
O salário dos prefeitos é determinado por votação na Câmara dos Vereadores do município que deve respeitar o valor máximo imposto pela Constituição para depois ser formalizado em sanção dada pelo próprio prefeito.
Segundo Ivan Hartmann, pesquisador do Centro de Justiça e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, essa disparidade salarial existe porque a Constituição estabelece um limite geral nos subsídios, mas não determina um critério de população para definir os salários dos prefeitos de diferentes cidades. A Lei de Responsabilidade Fiscal dos municípios acaba tendo essa função limitadora.
"A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece limitações para gasto com pessoal que estão relacionados à receita líquida do município ou Estado. Mas os salários dos chefes do Executivo dificilmente causariam uma extrapolação das limitações previstas nessa lei", afirma.

Ranking de salários

UOL fez um ranking dos salários dos prefeitos das 26 capitais brasileiras. Lideram no "pódio" com a segunda, terceira e quarta colocações os salários recebidos pelos prefeitos de São Luís (MA), Edvaldo Holanda Jr. (PTC), de R$ 25 mil, que obteve 40% de reajuste em relação a 2012; de Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo (SP), com R$ 24.117,62; e do prefeito de Aracaju (SE), João Alves (DEM), com R$ 24 mil.
Na quinta posição, está o salário do prefeito de Belo Horizonte (MG), Márcio Lacerda (PSB), de R$ 23.430,34, dos quais R$ 4.350,00 seriam destinados ao Tesouro, segundo a prefeitura. O sexto maior salário é do prefeito de Florianópolis (SC), Cesar Souza Jr. (PSD), com vencimento de R$ 22.292,35.
Para Silvio Salata, presidente da Comissão de Relações com o Poder Legislativo da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo), a falta de uma regulamentação mínima em torno dos salários é mais um fator determinante da diferença de remuneração entre as cidades.
"Parece estranha [a disparidade de salários], mas ela está seguindo a lei. A legislação assegura um limite constitucional, mas não existe uma regulamentação mínima. Se ultrapassar esse valor, pode configurar uma ação de improbidade administrativa", afirma Salata.

Salários do Norte e Nordeste estão mais distantes da realidade

Prefeitos de outras nove capitais do Nordeste e do Norte recebem salários de, no mínimo, R$ 18 mil. O prefeito de João Pessoa (PB), Luciano Cartaxo (PT), que recebe R$ 22 mil mensais, tem o sétimo maior salário das capitais; seguido de Mauro Nazif (PSB), prefeito de Porto Velho (RO), com salário de R$ 21 mil, equivalente a oitava melhor remuneração.
Seguem no ranking o prefeito de Campo Grande (MS),  Alcides Bernal (PP), que tem o nono maior salário (R$ 20.412,42), e Carlos Eduardo Alves (PDT), prefeito de Natal (RN), o décimo, com R$ 20 mil mensais de salário.
Segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2010, que mediu a renda média salarial do brasileiro e é o mais atual sobre o tema, enquanto o salário médio do brasileiro era de R$ 755,79 mensais em 2010, no Norte o valor diminuía para R$ 520, 95 e no Nordeste chegava a R$ 464,16. As demais regiões apresentavam rendas médias mensais superiores: Centro-Oeste (R$ 925,99), Sudeste (R$ 906,62) e Sul (R$ 897,78).
Segundo Roberto Piscitelli, especialista em finanças públicas da UnB (Universidade de Brasília), os salários dos prefeitos nordestinos e nortistas, com destaques para São Luís, Aracaju –primeiros colocados– e Natal, que passa por problemas financeiros, "causam estranheza" por se mostrarem muito distantes da realidade salarial local.
"Os salários dos prefeitos dessas e das demais capitais nordestinas se mostram relativamente elevados se comparados ao de São Paulo porque são "bastante desiguais aos do mercado de trabalho local", disse.
Além da compatibilidade com a proporção da cidade, o salário do prefeito deve levar em conta a própria realidade local e a situação financeira do município, segundo o professor da UnB.
"No município que estiver quebrado, com a corda no pescoço ou que não consegue fazer investimentos, seria razoável que os salários dos prefeitos se ajustassem de alguma forma", disse.

Fonte: UOL


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