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sexta-feira, 15 de março de 2013

Obras e problemas travam ligação viária da RMC

Apesar do grande movimento de veículos, a Rodovia da Uva e a PR-425, que ligam Colombo e Pinhais a Curitiba, ainda operam com pista simples




















Um dos motores do desenvolvimento das cidades, a integração viária é o calcanhar de Aquiles da maioria dos municípios que fazem limite com Curitiba. Algumas das nove cidades da região metropolitana (RMC) lindeiras à capital ainda aguardam intervenções que facilitariam o deslocamento de seus moradores e de cargas produzidas em empresas locais.
A duplicação da PR-415, por exemplo, está longe de começar. Considerada uma das obras mais aguardadas, a ampliação da via, também conhecida como Avenida Leopoldo Jacomel, poderia reduzir os congestionamentos constantes e a incidência de acidentes na pista que liga Curitiba a Pinhais e Piraquara. De acordo com o governo do estado, que recebeu no ano passado um abaixo-assinado com 12 mil assinaturas pedindo celeridade na intervenção, o projeto da obra, que balizará a duplicação de 13,9 quilômetros, deverá custar até R$ 2,5 milhões e será entregue neste ano.
Atraso
Não menos aguardada, a duplicação da PR-417, via mais conhecida como Ro­­­dovia da Uva, está parada há três anos. “Houve problemas de licitações anteriores e três empresas desistiram da obra”, justifica Rui Kiyoshi Hara, coordenador-geral da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), sobre as intervenções necessárias na pista que liga Curitba a Colombo.
Um atraso que prejudica o município. Segundo a prefeitura colombense, a cidade é responsável pela produção de cerca de 40% dos produtos agrícolas consumidos em Curitiba e abrigo de empresas do setor moveleiro e metalúrgico, que se instalaram ali justamente pelas promessas de revitalização da rodovia.
Em um trecho de acostamento da rodovia, a reportagem encontrou abandonada quase uma dezena de tubos de mais de cinco metros de comprimento e 50 centímetros de diâmetro. Para o empresário João Carlos Domingues, 56 anos, que trabalha ao lado do depósito improvisado, o material é resquício da obra inacabada. “Há dois anos, eles começaram enterrando alguns desses tubos e depois largaram esses por aqui”, afirma.
De acordo com o Depar­­tamento de Estradas de Ro­­dagem do Paraná, o projeto na Rodovia da Uva teve de ser refeito, já que o inicial não continha informações sobre calçamento, iluminação e ciclovia. Uma nova licitação deverá ser concluída até junho deste ano. A obra está orçada em R$ 37 milhões.
“Não estarei vivo para ver a obra concluída”
Nas cidades em que as obras nos acessos ainda não começaram, moradores reclamam da situação de suas rodovias. Na Avenida Leopoldo Jacomel, que registra movimento médio de 20 mil veículos no horário de pico, a cirurgiã-dentista Ana Paula Franco, 25 anos, se queixa do trânsito. “Todos os dias, no final da tarde, busco meu filho na escola em Curitiba e levo uma hora e meia na volta para casa.” Ela recém-adquiriu um apartamento em Pinhais.
Moradora de Piraquara, Gilda Maria Mendes, 51 anos, montou um trailer para vender lanches na beira da Leopoldo Jacomel. Ela conta que toda a semana ocorrem acidentes na estrada. Segundo estudo feito pelos organizadores do “Movimento Duplica Já”, o trecho entre Pinhais e Piraquara registrou 147 acidentes em 2011.
Descrédito
Já moradores de Colombo veem com descrédito a conclusão da intervenção na Rodovia da Uva. “Acho que não estarei vivo para ver a obra concluída”, desabafa Antônio Plácido Marin, 72 anos, dono de uma borracharia em um posto de combustíveis da via. Opinião semelhante tem o empresário João Carlos Domingues, 56 anos, há 21 na região. “Recentemente, ampliaram o acostamento colocando os postes mais longe das vias. Mas acho que é só fachada”.

Fonte: Gazeta do Povo

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